terça-feira, 16 de novembro de 2010

A lâmina dos Samurais

Konbanwa, minna-san! Desculpem o sumiço, mas ando meio sem tempo, tenho algumas provas pela frente e uma entrevista importante. Resumindo, preciso mesmo estudar, e uma das provas é daqui a quatro dias (me desejem sorte). Então, vamos ao que interessa. Hoje resolvi que vou falar um pouco sobre os Samurais, acho que tem tudo a ver com a minha coluna, nem sei como não pensei nisso antes! Bom, antes tarde do que nunca, não é? Vamos ao que interessa então!

Os samurais existiram no antigo Japão feudal. Eles surgiram aproximadamente no século X e duraram até a era Meiji, no século XIX. O palavra "samurai", em japonês, significa "aquele que serve". Portanto, como o nome já diz, a sua  função era servir com lealdade e empenho. Mas servir a quem? Eles serviam aos daimyo (senhores feudais) que os contratavam. Em troca, os samurais recebiam privilégios como terras e/ou pagamentos, que normalmente eram efetuados em arroz, em uma medida denominada koku (200 litros). A maior dieferença entre o samurais e outros guerreiros da antiguidade era o seu modo de encarar a vida e o seu código de ética e honra.  No início, os samurais apenas coletavam impostos e serviam ao império, pois era necessário ter homens fortes e hábeis pra estabelecer a ordem e, muitas vezes, contrariar os camponeses. O termo samurai foi oficializado em meados do século X, e junto com o nome vieram também novas funções, como a militar. Nessa época, qualquer pessoa podia se tornar um samurai, bastava apenas praticar algumas das artes marciais, manter uma reputação e ser habilidoso para ser contratado por um daimyo. E foi assim até o Xogunato dos Tokugawa, que teve início em 1603, que foi quando a classe dos samurais passou a ser uma casta. Então, o título de "samurai" começou a ser passado de pai para filho. Após se tornar um bushi (guerreiro samurai), os samurais tinham o direito e o dever de carregar consigo um par de espadas à cintura, denominado "daishô": um verdadeiro símbolo samurai. Era composto por uma espada pequena (wakizashi), cuja lâmina tinha aproximadamente 40 cm, e uma grande (katana), com lâmina de 60 cm. Todos os samurais dominavam o manejo do arco e flechas, e alguns usavam também bastões, lanças e outras armas mais exóticas. Eram chamados de rounin os samurais desempregados: aqueles que ainda não tinham um daimyo para servir ou quando o senhor dos mesmos morria ou era destituído do cargo. Os samurais obedeciam a um código de honra não-escrito denominado bushidô (caminho do guerreiro). Segundo esse código, os samurais não poderiam demonstrar medo ou covardia diante de qualquer situação. Eles acreditavam que a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre. Por esse motivo, ele prezavam a honra, sua imagem e o nome de seus ancestrais acima de tudo, até mesmo de sua própria vida. Para um samurai, a morte era um meio de perpertuar existência. Essa filosofia os ajudava a aumentar a eficiência e a não hesitar no campos de batalha. Alguns estudiosos acreditam que os samurais foram os mais letais guerreiros da antiguidade.

Acho que uma das coisas que mais fascinam os ocidentais era a determinação desses guerreiros que escolhiam uma morte honrosa no campo de batalha ao invés do fracasso. Mas quando eles eram derrotados em uma batalha, em honra, cometiam um ritual de suicídio conhecido como Harakiri ou Seppuku. Sua morte não podia ser rápida e nem indolor, muito pelo contrário, deveria ser lenta e dolorosa. Fincavam sua espada curta no lado esquerdo do abdômen, cortando a região central do corpo, e terminavam por puxar a lâmina para cima. Apesar de tudo isso, eles precisavam mostrar total controle diantes das pessoas que presenciavam o ritual. Já quando os samurais eram mortos nos campos de batalha, suas cabeças eram decaptadas pelo inimigo como se fossem um troféu. Samurais que matavam grandes generais eram recompensados pelos seus daimyos, que lhe davam terras e mais privilégios. Alguns ocidentais geralmente vêem os samurais como guerreiros rudes e grosseiros, o que não é verdade. Os samurais destacaram-se também pela grande variedade de habilidades que apresentaram fora de combate. Sabiam amar tanto as artes como a esgrima, e muitos eram exímios poetas, calígrafos, pintores e escultores. Algumas formas de arte como o Ikebana (arte dos arranjos florais) e a Chanoyu (arte do chá) eram também consideradas artes marciais, pois treinavam a mente e as mãos do samurai. O caminho espiritual também fazia parte do ideal de homem perfeito que esses guerreiros buscavam. Nessa busca, os samurais descobriram o Zen-budismo como um caminho que conduzia à calma e à harmonia.

Bom, queridos, espero que tenham gostado. Agora vou voltar aos estudos!
Ja ne! 

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