segunda-feira, 30 de maio de 2011

#Especial Hijikata Toshizou

Oi, pessoas! Como vão vocês? Espero que bem. Antes de mais nada, quero explicar o motivo de não ter escrito minha coluna na sexta, como de costume. Andei um pouco atarefada na semana passada com algumas provas de vestibular eeeeeee... preparando um post especial. Hoje é dia 31 de maio, aeae! Aí alguém pergunta "Certo, Nana, e daí?" e eu responderei "E daí que seria o aniversário de 176 anos do Hijikata". Antes que me venham com mais uma pergunta retórica, vou explicar a postagem de hoje. Ela será dedicada a alguém muito, mas muito especial que, hoje, não está mais entre nós (se estivesse, seria o velho carquético mais lindo do mundo), mas que deixou sua marca eterna na história japonesa. Eu estou falando de Hijikata Toshizou!

Hijikata Toshizou
Para entender quem foi Hijikata Toshizou é necessário mergulhar mais à fundo na história japonesa, em especial no período do Shogunato. O que foi o Shogunato e em que período da história se deu? O Shogunato foi um regime feudal que deu na chamada Sengoku Jidai (época feudal japonesa), onde Shoguns governavam em nome do imperador, que se isolava no palácio de Kyoto, capital do Japão na Época, por conta das diversas guerras civis internas que se davam por disputas de terra e poder. A maioria dos Shoguns também eram samurais, e tinham algum parentesco com a família Imperial. Foi nesse contexto que o Shinsengumi surgiu, mas um pouco para o final do período Bakufu (termo utilizado pra denominar o conjunto de governos de shoguns). Após 300 anos de controle rígido do Shogunato no país, na época completamente isolado do resto do mundo, o próprio governo decidiu abrir às portas para os estrangeiros para que entrassem, para que o Shogunato pudesse vencê-los, mais tarde, usando suas próprias técnicas. Mas nem todo mundo concordou com essa abertura. Na capital Kyoto começaram a surgir grupos contra e à favor do Shogunato, e os mais conhecidos foram os clãs Chonchuu e Satsuma, que eram contrários à idéia de abertura.
Agora que entendemos um pouco do contexto da época, vejamos como o Shinsengumi, e conseqüentemente Hijikata, entraram na história. Havia um dojo de Kenjutsu no distrito de Tama, perto de Edo, administrado por Kondou Isami. Seus três principais alunos eram Hijikata Toshizou (OLHA ELE AÍ <3), Souji Okita e Genzaburou Inoue. Quando souberam o que estava acontecendo em Kyoto, deixaram o dojo nas mãos do irmão mais novo de Hijikata e partiram para a capital. Chegando lá, foram alistados por Hachirou Kiyokawa, que, apesar de declarar publicamente que era à favor no Shogunato, na verdade, era contra. Seu objetivo era treinar samurais para atuarem do lado do Shogunato, mas que depois atuassem em seu favor contra o Bakufu. Ele planejava atacar o alojamento dos estrangeiros em Yokohama para que a imagem do Shogunato caísse perante todos. O governo descobriu e enviou assassinos para executar Kiyokawa antes que ele colocasse seu plano em prática. Depois disso, Kondou e seus alunos insistiram para auxiliar o Bakufu, e assim formou-se o Shinsengumi com treze membros (além dos citados, também ingressaram amigos que visitavam o dojo de Kondou, como Harada Sanosuke e Shinpachi Nagakura). Eles passaram a usar o kanji "makoto", sexto símbolo do código de honra dos samurais de Musashi que tem por significado "fidelidade", como sua bandeira e vestiram uniformes azul-ciano com detalhes em branco. Graças a Hijikata e Kondou, o Shinsengumi se tratava de um grupo de samurais muito honrados. Os dois eram muito apegados ao Bushido, e por isso mandavam decapitar, assasinar ou cometer sepukku (o ato do suicídio para lavar a alma) a qualquer membro que fosse apanhado inflingindo o código. Sem falar que aumentaram a dificuldade dos testes de admissão.
O Shinsengumi havia prendido um membro importante do Ishin Shishi (o lado oposto ao Shogunato), mas não conseguiu muito mais que seu nome verdadeiro depois de horas de interrogatório. Hijikata, como não era daqueles com muita paciência, submeteu-o a uma tortura muito mais cruel e arrancou dele o plano dos monarquistas.

Por volta do dia 20 de Junho de 1864, os monarquistas iriam escolher uma noite com bastante vento para atear fogo em Kyoto. Com a confusão que ficaria na capital, eles panejavam matar os membros mais importantes do Shogunato. Por fim, seqüestrariam o Imperador e o levariam ao feudo de Choushuu, um dos principais clãs contra o Shogunato.

Estátua do Hijikata na região de Hino
Eles se reuniriam na Hospedaria Ikeda, mas nem desconfiavam que o Shinsengumi já havia descoberto seus planos. Como o Shinsengumi agia sob as ordens do comissariado militar de Kyoto, esperaram. Depois de duas horas sem reforço, decidiram agir sozinhos e invadiram a hospedaria. Durou horas o combate e os monarquistas foram massacrados. Esse episódio ficou conhecido como "Incidente da Hospedaria Ikeda" ou "Ikeda-ya no Hen". Depois dessa atuação, o Shinsengumi passou a ser famoso e reconhecido pelas pessoas, principalmente pelo próprio Bakufu. No tempo seguinte, vários membros morreram, alguns por tentar deixar o Shinsengumi (que era proibido), outros por causar problemas demais. Alguns foram assassinados por Hajime Saito, enquanto outros cometeram o sepukku.
Mais tarde, ocorreu uma aliança entre os clãs Chonchuu e Satsuma, e o Shogun Tokugawa devolveu o poder ao Imperador, que assumiu oficialmente o Japão depois disso. A Guerra Boshin veio em seguida, marcando o fim da Era Tokugawa e o início da Era Meiji. A primeira batalha, de Toba Fushimi, matou vários membros do Shinsengumi, inclusive Inoue Genzaburou, aquele da primeira geração. Kondou foi preso e decapitado em 1868, e Souji Okita morreu de tuberculose no mesmo ano. Harada e Shinpachi foram expulsos do Shinsengumi depois de uma discussão com Hijikata (ai ai <3). Ninguém sabe o que houve com Harada, mas Shinpachi Nagakura sobreviveu até depois do fim do Shinsengumi. Saito sobreviveu e casou-se com uma moça do feudo de Aizu, mudando seu nome, mais tarde, para Gorou Fujita. Em Hokkaido, o Shinsengumi encontraria seu fim. Lá, Hijikata se refugiou com os homens que sobraram do antigo Shinsengumi. A princípio, eles esmagaram todas as expedições que o governo Meiji enviou, mas não teve jeito. Em 20 de junho de 1869, Hijikata morreu por tiros de metralhadora. E foi só aí que o Shinsengumi foi dado como acabado.
Conta-se que Hijikata tinha uma personalidade muito forte. Era conhecido como o "vice-capitão demônio" por conta de suas atitudes em relação às torturas aplicadas aos prisioneiros. Ele lutou até o fim da vida pelo ideal que acreditava, de que o Japão pudesse crescer. Atualmente, ele possui um museu em Tóquio, administrado em grande parte por sua sobrinha bisneta, e várias estátuas pela cidade. Ele foi, se dúvida, um homem importante pra história do Japão, que apesar de ter morrido, deixou uma marca eterna na história do Japão.

Pra quem quer conhecer um pouco da história (e não tem paciência pra ler um textão gigante como esse), recomendo alguns animes como Rurouni Kenshin, Hakuouki e Gintama. O Shinsegumi aparece muito nesses animes (O Hijikata, em especial, aparece bastante em Hakuouki Shinsengumi Kitan e tem grande destaque).

Hijikata é meu herói. É alguém que admiro profundamente, em quem acredito. Gosto de imaginar que existiram (e talvez ainda possam existir) pessoas que realmente deram suas vidas pelo que acreditavam, apesar de todas as desvirtudes. Por isso, hoje, eu peço que dediquem 5 minutos do seu dia para fazer uma curta oração. Não importa de que religião você seja, só ore. Ou faça um minuto de silêncio. Hoje é o aniversário do Hijikata, então ele merece essa homenagem, por tudo o que ele fez. Apesar de o Japão ter acabado caindo naquilo pelo qual ele lutava contra, o que teria sido do país sem ele? Ou o Shinsengumi? As batalhas, influências, exemplos? Pense~ Fico por aqui, amados. Espero que tenham gostado dessa postagem. Até sexta, queridos!

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